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terça-feira, 19 de novembro de 2013
A Conquista da América
Antes da chegada dos europeus nosso continente já era habitado por diferentes povos, chamados genericamente de índios. No entanto, se prestarmos atenção, hoje, os países da América falam um idioma diferente da língua de seus primeiros habitantes e grande parte de sua população já não possui mais a aparência idêntica a dos indígenas – o que percebemos é uma imensa mistura de raças.
Para os nativos, a chegada dos europeus trouxe consigo inúmeros prejuízos: sua população, que antes somava milhões de pessoas, diminuiu drasticamente; seus hábitos, costumes e culturas foram desprezados e considerados inferiores pelos homens brancos que, pouco a pouco, passaram a ocupar suas terras e impor a sua lei. Mas... se eram milhões de índios, por que eles não lutaram contra esses brancos invasores? Os astecas, incas e maias, por exemplo, construíram grandes impérios. Será que eles não tinham soldados para lutar?!
Na verdade, a conquista desses impérios não foi tão rápida assim. Houve muitas guerras e os espanhóis utilizaram diversos recursos para dominá-los: desde a violência física até o terror psicológico. Esses invasores brancos possuíam armas de fogo, espadas, canhões, cavalos e cachorros, arsenais de guerra completamente desconhecido pelos indígenas. Mesmo sendo um aspecto muito importante, não podemos atribuir a conquista apenas às armas de fogo – afinal, esses povos também possuíam armas, como arcos, flechas envenenadas, pedras, lanças e atiradeiras, além de serem numericamente superiores aos poucos homens que acompanhavam esses conquistadores.
Outros fatores também contribuíram decisivamente para a conquista: as doenças trazidas pelos brancos, como o sarampo, a varíola, o tifo e a gripe, mataram milhares de índios. Além disso, os espanhóis perceberam que os Impérios Asteca e Inca tinham sob seu domínio outros povos que eram obrigados a pagar pesados tributos e prestar serviços para esses imperadores, e que estavam descontentes com essa situação. Os conquistadores, então, se uniram aos inimigos dos astecas e dos incas para derrotá-los. A aliança com esses povos foi fundamental para a vitória dos espanhóis.
Os conquistadores não se privaram de massacrar muita gente, destruir cidades, templos e palácios e escravizar os índios subjugados até que Hernán Cortés conseguisse dominar o Império Asteca, em 1521, e Francisco Pizarro, o Império Inca, em 1533. Mas por que os espanhóis queriam conquistar tantas terras? Ocorre que esses conquistadores estavam empenhados em encontrar riquezas, e perceberam rapidamente que essas terras possuíam muitos metais preciosos a serem explorados, como o ouro e a prata. Após a conquista, os territórios dominados transformaram-se em colônias da Espanha.
A participação da Igreja Católica nesse processo foi muito importante – a cruz e a espada (representando a religião e a força) mantiveram-se unidas na tarefa de colonização da América. Coube aos missionários, por meio da catequização, converter os povos indígenas à religião católica e transmitir-lhes os valores da cultura europeia, forçando-os a abandonarem seus antigos hábitos, comportamentos, crenças e deuses. Foram fundadas dezenas de Igrejas por toda a América, e muitos índios passaram a viver em povoados (aldeamentos/missões) criados pelos missionários católicos.
O entendimento das diferenças culturais e o respeito ao modo de vida dos habitantes nativos não era uma questão que passasse pela cabeça dos colonizadores. Para eles, os índios eram povos bárbaros e selvagens, que precisavam ser ‘civilizados’.
Não tardou para que os espanhóis encontrassem uma grande mina de prata em Potosí, na Bolívia. Eram os indígenas que faziam a extração do metal, num regime de trabalho compulsório. Isto significa que eles eram obrigados a trabalhar para os colonos espanhóis, embora juridicamente não fossem considerados escravos. Para explorar a mão de obra indígena, os espanhóis adotaram um sistema de trabalho baseado em antigas práticas dos astecas e incas, conhecida como mita ou cuatequil.
Sistemas de trabalho na América Espanhola:
- Encomienda: dava aos colonos espanhóis o direito de controlar aldeias e cobrar tributos, sob a forma de produto ou trabalho, fosse na agricultura ou nas minas. Em contrapartida, o encomiendero devia pagar impostos à Coroa e cuidar da catequização das comunidades indígenas sob a sua “proteção”.
- Repartimientos: colonos espanhóis encarregavam os chefes indígenas da seleção dos homens que fariam o trabalho temporário nas fazendas ou nas minas, principal atividade para onde eram encaminhados.
Já nas Antilhas (ilhas da América Central), a mão de obra predominante era a de escravos africanos, onde trabalhavam no cultivo da cana-de-açúcar.
As condições de trabalho nas minas eram péssimas, e milhares de ameríndios morreram em consequência da exploração de metais preciosos. Muitos missionários católicos denunciaram os maus-tratos a que estavam submetidos esses índios, e se opuseram à sua escravização.
A sociedade que se formou na América colonial lembrava, em muitos aspectos, a sociedade espanhola, com as mesmas divisões e privilégios. O nascimento, a ‘cor branca’ e o nível econômico eram critérios importantes para marcar a posição de um indivíduo e estabelecer as diferenças sociais.
Os espanhóis e seus descendentes formavam o grupo mais privilegiado desta sociedade, do ponto de vista político e econômico, possuindo direitos diferenciados. Esses espanhóis, conhecidos como chapetones, dominavam a política na colônia, pois ocupavam os cargos administrativos mais importantes, controlavam a justiça e o aparato militar.
Outro grupo que gozava de prestígio eram os criollos, filhos de espanhóis que haviam nascido na América. Eles eram donos de grandes propriedades de terras, exploravam as minas e praticavam comércio. Embora não ocupassem os mais altos cargos da administração colonial, participavam dos Cabildos (conselhos municipais), controlando a política local.
Abaixo desses dois grupos estavam os mestiços (fruto da miscigenação entre espanhóis e indígenas), os indígenas e os escravos africanos, em situação oposta. Os indígenas formavam a maioria absoluta da população e representavam a principal mão de obra da colônia, trabalhando nas minas, na agricultura e na construção de obras públicas. Eles eram extremamente explorados e viviam em condições miseráveis.
A relação entre a metrópole (país que coloniza) e a colônia (região ocupada) foi marcada pelo Pacto Colonial, que buscava garantir para os colonizadores o direito de exclusividade (monopólio) sobre o comércio, evitando, assim, a disputa de mercado com outras nações. De acordo com o Pacto Colonial, as colônias só poderiam comprar e vender produtos para a sua metrópole, e a sua produção deveria ser organizada de modo a gerar lucro e riqueza para os colonizadores.
Mas o monopólio comercial exigido pela metrópole não funcionou muito bem na prática, sendo comum o contrabando de mercadorias e a pirataria (saque de navios), atividade na qual os ingleses se destacaram. Mesmo assim, a exploração colonial gerou tanta riqueza para a Espanha que, pouco tempo depois da conquista da América, ainda no século XVI, ela era a maior potência da Europa. Os comerciantes europeus envolvidos no comércio ultramarino também obtiveram lucros extraordinários.
Ainda hoje, é possível observar as marcas da colonização na vida dos descendentes indígenas em toda a América Latina. Muitos deles continuam em situação de pobreza, são discriminados e lutam por reconhecimento e direitos que deveriam fazer parte da vida de qualquer cidadão.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA figura que mostra marcando o negro com a palavra sociedade
ResponderExcluirsão os anglicanos ingleses.A colonização inglesa foi terrível,
nada ofereceu de bom aos índios,mas isso é omitido na história.
Quando a Espanha se tornou o pais mais rico e poderoso da Europa
começaram a propaganda falsa de sua colonização.As treze colônias
nos EUA é a maior farsa da história,é uma história suja de corrupção
através da companhias corruptas holandesas e inglesas.A sujeira
da colonização inglesa tem muito a revelar.Não fizeram nada pelos
índios NEM PELOS escravos.É muita mentira histórica,somente propa
ganda falsa.E quem disse que os espanhóis eram brancos? eram mestiços.